segunda-feira, 3 de maio de 2010

Semana da História

Entre os dias 19 e 23 de Abri de 2010, houve grande alvoroço na Escola EB23 Gil Vicente (Urgezes - Guimarães), não só no espaço da Biblioteca Escolar - Centro de Recursos Educativos, mas também nos espaços exteriores, nomeadamente no átrio da Escola. O motivo foi a realização da “Semana da História”, uma iniciativa promovida pelo Grupo de História e Geografia de Portugal e História e articulada com a BE-CRE e a Área de Animação Cultural e Clube de Artes.

“Cinco dias, cinco temas” foi a matriz proposta, com actividades diversas a promover em cada dia segundo a temática escolhida: “D. Afonso Henriques e a Batalha de S. Mamede”, “O Infante D. Henrique e as Descobertas”, “D. João IV e a Restauração da Independência”, “Da Monarquia à República” e “O 25 de Abril - Democracia e Liberdade”. Procurou traçar-se uma panorâmica sobre os períodos mais significativos da história de Portugal desde a mais longínqua à mais actual realçando, como não podia deixar de ser, o Centenário do Nascimento do Fundador, cujas comemorações incidiram em 2009, e o Centenário da Implantação da República, a decorrer este ano.

Deste modo, exposições variadas como fotografias, caricaturas e banda desenhada, no âmbito de um concurso de BD sobre “A República”, livros, documentários e objectos vários marcaram visualmente as efemérides temáticas abordadas, complementadas por dramatizações diversas. A Semana de História foi também marcada pelas actividades sobre o 25 de Abril realizadas na BE-CRE de exploração do poema “Em Abril, Um País” da Dra. Célia Fernandes, docente desta escola, mas, o ponto alto, foi a palestra proferida pelo Eng.º Raul Rocha.

O autor do trabalho em pré-publicação: “Guimarães no século XX” abordou a temática das comemorações da República traçando uma panorâmica curiosa e interessante sobre os primeiros tempos da República em Guimarães, pois, à natural e pacífica da implantação seguiram-se as mais variadas vicissitudes acompanhando as turbulências desses primeiros tempos republicanos. Com efeito, os alunos do nono ano puderam registar acontecimentos significativos vividos em Guimarães, aquando da implantação da República e nos anos subsequentes, que muito os interessaram.

Ficaram a saber que, enquanto que, em Lisboa, no dia 5 de Outubro de 1910, já se festejava esta nova forma de governo, Guimarães permanecia num total desconhecimento deste facto e assim permaneceu toda a semana seguinte. Tais eram as comunicações 100 anos atrás! De facto, só a 12 de Outubro, por carta, o Presidente da Câmara, Abade de Tagilde, comunicou que tinha sido destituído do cargo.

No dia 13 de Outubro, a passagem de testemunho para os republicanos, na pessoa de um jovem e respeitado advogado, o Dr. Eduardo de Almeida, foi pacífica e Guimarães, que não “desejou a República, aceitou-a com cortesia”, como prova o famoso “episódio dos chapéus” no mês seguinte: Na praça D. Afonso Henriques (actual Toural), os ilustres vimaranenses não tiraram as cartolas às entidades republicanas que aí desfilava, pois, mantinham o coração monárquico! Aliás, mais tarde, ocorreram fortes manifestações, quer aquando da nacionalização dos bens da Igreja, quer nos períodos eleitorais, demonstrando que a população estava dividida mesmo dentro da ideologia republicana, pois havia facções antagónicas. Os cidadãos eleitores da cidade seriam à volta de 4000.

Como factor de desenvolvimento, a República contribuiu para o reforço da importância da Escola criando edifícios escolares de raiz, pois, até então, as aulas funcionavam em “escolas móveis” ou em casas e salas arrendadas para esse efeito. Exemplos desta política de valorização do estudo e da educação da população são a passagem do Seminário para Liceu de Guimarães e a construção de raiz, em Urgezes, da escola primária mais antiga do concelho com edifício próprio - a actual Escola Básica do 1.º Ciclo Francisco dos Santos Guimarães.

No entanto, a falta de dinheiro proveniente dos impostos, praticamente assentes no mundo rural, afectou a concretização de certos objectivos sociais e provocou instabilidade partidária e governativa, também em Guimarães, principalmente no período da 1.ª Guerra Mundial, e agitações populares como foi a guerra por causa do pão. A burguesia republicana existente em Guimarães era industrial e estava isenta de impostos!...

Dado que o tempo se esgotou sem dar por isso, tornou-se impossível abordar mais assuntos. Os alunos presentes apreciaram muito a temática, o que levou o grupo responsável a agradecer, ao Eng.º Raúl Rocha, a palestra proferida e a lançar-lhe um novo convite para aprofundamento do tema possivelmente no próximo ano lectivo, na semana do Centenário.











A Proclamação da República













A Árvore do Centenário na BE-CRE












Apresentação do Palestrante Eng.º Raúl Rocha

VISITA DE ESTUDO DO 6.º ANO AO PORTO


No dia 3 de Março, 105 alunos do 6º ano visitaram o Museu do Carro Eléctrico, o Lar Juvenil dos Carvalhos e a Estação Litoral da Aguda a fim de se concretizarem os objectivos definidos pelos grupos de História e Geografia de Portugal, Educação Moral e Religiosa Católica e Ciências da Natureza.

Eis alguns registos de alunos das turmas A, B e C:

MUSEU DO CARRO ELÉCTRICO
Aqui a visita durou cerca de 45 minutos. Observámos carros eléctricos bem antigos e aprendemos como evoluíram os transportes públicos ao longo dos tempos, na cidade do Porto.
O funcionário conduzia o passageiro ao seu lugar e cobrava-lhe o bilhete. Este era cobrado pela altura e não pela idade. Quem tivesse um metro ou mais de altura pagava bilhete. Os outros não. Muitos encolhiam os joelhos, mas acabavam por ser desmascarados… Alguns viajavam dependurados… à borla, portanto!
Como a maior parte da população no final do século XIX era analfabeta, o destino dos transportes públicos, para além da tabuleta, era indicado pela cor. Cada cor, um destino da cidade do Porto.
O guarda-freio conduzia o eléctrico e tinha esse nome porque guardava consigo os travões. Quando empurrava o travão para a frente, aumentava a velocidade.
O carro eléctrico é unidireccional, pois anda só numa direcção.
Valeu a pena, porque tínhamos aprendido esta matéria há pouco tempo e deste modo pudemos observar os transportes antigos, alguns com 100 anos ou mais.
Correu lindamente, e divertimo-nos muito com a representação teatral de cenas ligadas a personagens que viajavam no passado. Vimos dois actores que nos deliciaram, fazendo-se passar por gente do povo, peixeira e analfabeto. Depois transformaram-se num casal burguês, que ia para a praia, no carro “Pipi”, todo aberto. Parecia que estávamos no passado, pois estavam vestidos à época!
Só faltou termos andado num carro eléctrico. Seria muito bom!

LAR JUVENIL DOS CARVALHOS
Vimos ao pormenor esta instituição onde vivem rapazes em belíssimas condições. Têm piscina, campo de futebol, ginásio, uma quinta com animais, estufa, salão de dança, professores… Concluímos que o seu dia-a-dia era como o nosso, só que não vivem com a sua família, mas com pessoas que também os amam. Têm psicólogos para poderem resolver qualquer problema.
Gostámos de saber como se organizam e passam o tempo. Aprendemos como é importante trabalhar em equipa.
Fomos muito bem recebidos em todos os sítios visitados. Deram-nos os parabéns pelo bom comportamento e pela concentração com que ouvimos as explicações.
Almoçámos no Parque da cidade do Porto onde convivemos com os nossos amigos e professores. Era um lugar grande, limpo e muito verde. Tivemos muita sorte com o dia, pois aí pudemos brincar um pouco.

ESTAÇÃO LITORAL DA AGUDA
Adorei ver a Praia da Aguda. Nesta Estação (ELA) vimos utensílios de pesca, barcos em miniatura, peças dos marinheiros e ouvimos explicações sobre diferentes formas de pesca.
Adorei ver o Aquário. Aqui há vários tipos de peixe que existem no oceano.
É muito bom fazermos visita de estudo, porque aprendemos muitas coisas de forma divertida!













Um grupo de alunos do 6.º Ano durante a visita